Empresa com grau de maturidade e concentração de estrutura tecnológica tem mais vantagem competitiva. A indústria que quer evoluir necessita investir na infraestrutura interna, pois, nesta disrupção da economia, quem não estiver tecnologicamente atualizado, terá uma sobrevivência difícil. Essa frase resume a visão de Marcelo Orlando, sócio da consultoria e auditoria PwC Brasil e especialista na área de manufatura, sobre a conjuntura do setor de bens de capital mecânico.
Situando o grau de dificuldade dessa cadeia como mundial, o consultor destaca que no Brasil, a retração – que pode chegar a 10% – exigirá de três a seis anos de crescimento da economia para que a recuperação se consolide. Nesse cenário, “empresas pequenas e médias devem ser fundidas e é preciso compreender que a força de venda e de produção fazem parte de uma cadeia”.
No entanto, mesmo frente aos problemas aparentes, há dois colchões que seguram o Brasil, garante Orlando: o agronegócio e a mineração. No primeiro caso, o PIB da agropecuária segue crescendo (a estimativa média é de 4%) e, no segundo, lembra que “a China retomou a atividade, e as mineradores estão evoluindo e investindo”.
Na busca de apontar aspectos positivos para preservação da atividade econômica brasileira, Orlando define outros pontos frágeis, como a necessidade de estabelecimento de uma estrutura de crédito que “realmente estimule o investimento, e de agentes que ajudem a melhorar o acesso ao crédito. Como financiar tem de ser uma nova maneira de agregar valor no setor produtivo”. Soma a isso, a imprescindibilidade de “uma indústria desburocratizada em tributos, tornando tudo mais flexível para acompanharmos o mundo e sermos competitivos globalmente”.