A lubrificação centralizada – ou automação da lubrificação – integra esse grupo, como técnica que, em respostas aos avanços da tecnologia, possibilita instalar uma linha que conduza lubrificante até o ponto de aplicação e, em consonância com o intervalo determinado pelo fabricante da máquina, determinar o momento para relubrificação por bombeamento, espaçando verificação mais detalhada e presencial pelo operador.
De acordo com Mauricio de Oliveira Junior – diretor da Energis 8 Agroquímica –, enquanto o mercado discute esse tipo de automatização e o controle de dosagem em mancais, fusos, correntes e engrenagens, a indústria de lubrificantes, ao focar no sistema automatizado, pensa na diferenciação, “com funcionários somente repondo o lubrificante no sistema, o que amplia a segurança pela menor necessidade de permanência de pessoas em locais perigosos ou de difícil acesso”.
As consequências dessa prática envolvem ganhos na produtividade devido à lubrificação ocorrer sem parada de máquina, à diminuição da contaminação do lubrificante e dos riscos de acidentes, uma vez que a lubrificação de pontos críticos dispensa a atuação humana.
Engenharia de confiabilidade é tendência assinalada por Andrea de Oliveira Mendonça – técnica especialista em metalworking e lubrificantes, da Homy Química. Essa disciplina, que “situa-se um passo à frente da manutenção preventiva e preditiva na indústria, estuda o funcionamento dos sistemas e subsistemas de uma forma geral ao longo de determinado tempo. O engenheiro de confiabilidade, por sua vez, analisa a probabilidade de um sistema completar sua função ou mesmo manter seu funcionamento durante determinada rotina. Para tanto, é fundamental ao profissional a visão geral de diversos campos da Engenharia, envolvendo várias áreas do conhecimento e ferramentas de análise”.
A aplicação da confiabilidade – conclui Mendonça – “é um processo de melhoria contínua para os equipamentos. As rotinas de manutenção preventiva devidamente estabelecidas e executadas – como correta lubrificação, inspeção e análise preditiva – mostram-se o caminho ideal para o correto entendimento dos ativos industriais e seu melhor aproveitamento. Isso amplia os ganhos de produtividade para a indústria e favorece maior competividade”.
A automatização da lubrificação na indústria favorece ganhos na produtividade, diminuição da contaminação do lubrificante e dos riscos de acidentes
Colocando mais elementos na reflexão, Greg Livingstone – Chief Innovation Officer da Fluitec International, empresa norte-americana representada e distribuída no Brasil pela Acival Comércio, Importações e Serviços – lembra os avanços da indústria de lubrificação e sinaliza o caminho futuro: “A necessidade agora é de esforços no desenvolvimento de sensores em linha com o objetivo dos dados vinculados à Internet Industrial das Coisas (IIoT, na sigla em inglês). Também é detectada tendência para incorporar tecnologias passíveis de maximizar a vida dos lubrificantes, assegurando que os contaminantes não entrem no sistema e que, se isso ocorrer, aconteça rápida descontaminação”.
“Estamos evoluindo para um mercado mais restrito, mais documental e registrado, logo, mais seguro, com produtos mais flexíveis em suas utilizações, aumentado a performance e a velocidade de produção. Com isso, melhoraremos o fluxo das operações e diminuiremos os custos envolvidos no processo fabril”, prevê Renato Marzenta – sócio-proprietário da Giros Lubrificação Industrial – exemplificando com formulação de “produtos que mantém desempenho da operação e a máquina mais limpa, com os cavacos suspensos e a utilização do mesmo produto em multimetais”.
A inserção de tecnologia voltada à fabricação e ao desenvolvimento de lubrificantes de alto desempenho, com o auxílio de equipamentos para aplicação e lubrificação direcionadas a atender as exigências e normas ambientais, é ressaltada por Albeneir T. Pinheiro, engenheiro de Vendas da Bozza, ao comentar que ”o mercado de lubrificação está vivendo um processo de transformação, tanto no desenvolvimento de lubrificantes quanto na cadeia de suprimentos. Os fabricantes de lubrificantes estão desenvolvendo novas tecnologias em produtos para atender as necessidades de máquinas modernas com produtos inovadores”.
Exemplificando, Pìnheiro afirma que a Bozza “trabalha em constante evolução para que seus produtos atendam toda demanda de mercado, de forma a suprir toda a cadeia de suprimentos e manter-se referência em equipamentos para transferência e abastecimento de lubrificantes”.
O consultor técnico da Iconic Lubrificantes prevê para os próximos cinco anos “grande salto tecnológico motivado pelo reaquecimento do setor que há muito está comprimido pelo baixo crescimento do País. As montadoras de veículos já são quase que totalmente robotizadas e, em breve, devemos passar a observar esse movimento nas indústrias pesadas. Felizmente, temos empresas especializadas em soluções de equipamentos, sempre buscando formulações mais duráveis, mais eficientes e com melhor entrega aos clientes”.