Adormecida por décadas na memória das pessoas envolvidas com a indústria da mineração, a Reserva Nacional do Cobre e Associados (RENCA), sempre foi uma ‘pedra no sapato’ do setor. Desde que foi constituída em fevereiro de 1984, por decreto do então presidente João Batista Figueiredo, a reserva atraiu adeptos e críticos. Considerada área para explorações promissoras de cobre e associados, ouro, diamante, manganês, minério de ferro, cromo, tântalo, estanho, molibdênio, cobalto, nióbio, granitos, fosfato e titânio, a Renca ocupa 4 milhões de hectares localizados a Sudoeste do Estado do Amapá e Norte do Pará. Quase um mês após assinar as três Medidas Provisórias (MP) com as quais pretende dinamizar o setor mineral brasileiro, o governo federal publicou, no último dia 23 de agosto, decreto federal extinguindo a Renca. O decreto acabou irritando setores da sociedade civil, com destaque para as instituições ambientalistas defensoras da floresta Amazônica. Diante da repercussão negativa, o governo federal anunciou, no dia 28 de agosto, a edição de novo decreto, revogando a medida anterior, mas, mantendo a extinção da Renca. Nada disso foi suficiente para acalmar parcela da população brasileira contrária à abertura da área. O último ato dessa ‘novela’ foi escrito dia 31 de agosto. Em resposta às críticas, o governo determinou a paralisação de todos os procedimentos relativos à atividade mineral na área e abriu espaço para uma grande discussão pública sobre a reserva.