Valley apresentou desenvolvimentos que dispensam conectividade e geram energia

A Valley, marca da Belmont Industries, levou suas soluções em irrigação de precisão, sustentabilidade e inovação no campo para a Agrishow, com destaque para sistemas avançados, ferramentas digitais, infraestrutura energética e experiências imersivas para produtores, técnicos e distribuidores do agronegócio.

No estande, a empresa lançou unidade de acionamento para pivô com torque recorde, que oferece mais velocidade e força para aplicações que exigem irrigação rápida e precisa, com economia de energia. O equipamento foi projetado para atender estratégias agronômicas que demandam maior precisão na aplicação de água e insumos, como germinação, controle de estresse térmico e distribuição uniforme de biológicos e fertilizantes. Batizada de X-Tec® 68, a nova unidade de acionamento realiza uma volta completa (360°) continuamente com torque elevado, de até 2.700 lb.in, e motor de 2,5 HP, garantindo força suficiente mesmo em condições desafiadoras de umidade, declividade e comprimento. A novidade atende demandas crescentes por robustez e eficiência operacional no campo. Além do desempenho mecânico, o sistema garante melhor alinhamento e reduz o risco de desalinhamentos ou travamentos. A proposta é viabilizar aplicações mais precisas em janelas curtas, comuns em culturas sensíveis ou em contextos climáticos extremos.

Tecnologias para irrigação com pivôs na cana-de-açúcar – foram enfatizadas pela Valley , inaugurando uma nova fase na expansão do uso de pivôs centrais na lavoura de cana-de-açúcar. São duas soluções voltadas à eficiência, durabilidade e estabilidade da irrigação em diferentes fases do ciclo produtivo. Um deles é o sistema limpa-trilhos, desenvolvido para lidar com um problema recorrente nas fases finais da cultura: o acamamento das touceiras sobre os trilhos do pivô. Esse fenômeno, causado pelo peso da biomassa ou por ventos intensos, pode travar a movimentação do equipamento, comprometer a lavoura e interromper a irrigação em um momento crítico. Essa tecnologia contribui para manter em funcionamento outras operações integradas à irrigação, como quimigação, fertirrigação e aplicação de defensivos biológicos. Com isso, o produtor reduz perdas físicas, melhora a previsibilidade da safra e amplia a eficiência no campo.

Outra solução lançada pela Valley foi o PolySpan, sistema de tubulação anticorrosiva voltado à fertirrigação com vinhaça e outras aplicações que envolvem água de baixa qualidade. O equipamento é formado por tubos de aço galvanizado revestidos internamente com polietileno de alta densidade (HDPE), garantindo resistência à corrosão química e abrasão causada por resíduos industriais e subprodutos líquidos.

A técnica tem mostrado resultados positivos na redução de custos com fertilizantes e na melhoria da produtividade, especialmente em regiões com déficit hídrico superior a 800 mm/ano, o que é fundamental, pois “segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), cerca de 6,6% dos canaviais brasileiros utilizam irrigação com água de mananciais, número que aumenta significativamente ao se considerar a fertirrigação com vinhaça, que cresceu e trouxe com ela a necessidade de soluções mais resistentes. O PolySpan atende esse cenário com alto desempenho e compatibilidade com as linhas de pivôs da Valley”, afirma Cristiano Del Nero, vice-presidente de Agricultura da Valmont no Brasil.

O campo, além das dificuldades de conectividade, também enfrenta desafios de fornecimento de energia. Por isso, a empresa em seu estande destacou um desenvolvimento da Solbras – empresa de energia da Valmont – em parceria com a HDT Brasil (equipamentos Huawei) e a inVolt Energia Solar, com foco em produtores que enfrentam limitações estruturais para crescer – composto por sistemas de geração solar, baterias para armazenamento e aquisição do equipamento sem investimento inicial. O modelo permite irrigar com energia própria, reduzindo ou até eliminando a utilização de geradores a diesel, com custo mensal igual ou inferior ao valor da fatura de energia, com a possibilidade de se tornar dono da usina após alguns anos.

A proposta promete aumentar a área irrigada, reduzir emissões de carbono e tornar o produtor mais independente e competitivo. A instalação da tecnologia está sendo expandida em regiões como o oeste da Bahia, onde o uso de baterias se mostrou essencial para manter a irrigação funcionando com estabilidade.

A Valley aproveitou, ainda, para lançar um canal de suporte técnico remoto voltado ao agronegócio, com o objetivo de melhorar a eficiência no pós-venda de tecnologias de irrigação, especialmente aquelas ligadas à automação e à conectividade no campo.

Chamado de Valley Tech+, o canal foi desenvolvido para oferecer orientações técnicas de forma remota, atendendo produtores e distribuidores em tempo real. A iniciativa surgiu diante do crescimento no uso de plataformas digitais no manejo da irrigação, o que também elevou a necessidade de assistência especializada, principalmente durante períodos críticos como plantio e colheita. O funcionamento do canal é baseado em atendimento remoto por equipe técnica especializada. Os usuários podem receber suporte para configuração, operação e resolução de problemas relacionados aos sistemas de irrigação e plataformas digitais. A proposta é encurtar o tempo de resposta e reduzir a dependência de deslocamentos para assistência técnica presencial. Além do atendimento individualizado, o Valley Tech+ também é integrado com as distribuidoras da rede da fabricante, o que permite uma atuação alinhada às condições regionais. Entre os diferenciais da plataforma estão o uso de dados e histórico de atendimento para personalizar as orientações e a especialização da equipe técnica em irrigação de precisão. O sistema também permite registrar e acompanhar métricas para melhoria contínua no atendimento.

Estande: uma atração a parte

O estande da Valley na Agrishow 2025 foi projetado para fazer mais do que expor produtos: ele traduziu visualmente o papel simbólico e técnico do pivô central na irrigação e na história da marca. O projeto colocou o pivô literalmente no centro do espaço, tanto na estrutura quanto no conceito e, ao redor dele, organizaram-se as demais áreas do estande, como uma metáfora do campo irrigado em 360º.

Para atender ao público da feira, realizada em um dos períodos mais quentes do ano em Ribeirão Preto, o projeto incorporou soluções de conforto térmico passivo, aliando estética e funcionalidade. O estande da Valley foi dividido em três áreas principais: a zona central de recepção e atendimento comercial com os espaços de tecnologia e interação; a área de diretoria e salas de reunião; e as áreas de apoio e staff. Toda a cenografia é baseada na materialização da água, o elemento-chave no universo da irrigação, com tecidos que simbolizam fluxo, frescor e movimento, além de estruturas que garantem conforto térmico em um espaço sem ar-condicionado.  

Entre os principais destaques tecnológicos está a nova experiência em realidade virtual, redesenhada especialmente para a edição de 2025. Em vez de uma simulação genérica, o conteúdo convida o visitante a embarcar em uma jornada de decisões dentro de uma fazenda altamente produtiva. A ideia foi tornar a tecnologia compreensível e aplicável, mesmo para visitantes que não têm familiaridade com os sistemas de irrigação de precisão.

O estande também apresentou a Grife Valley, um espaço onde a marca se conecta ao cotidiano de seus admiradores por meio de produtos como mochilas, camisetas e objetos decorativos inspirados no universo da irrigação. A proposta vai além do merchandising: busca reforçar o vínculo emocional com o público.

A jornalista Katia Penteado, da Public Projetos Editoriais, agência responsável pela revista Máquinas & Equipamentos, pelo Anuário ABIMAQ e pelo Panorama Brasil Agronegócio, entre outras publicações, esteve presente à Agrishow 2025 a convite de algumas empresas participantes.