O projeto do ventilador pulmonar de baixo custo desenvolvido pela Coppe-UFRJ em parceria com a Petrobras para tratamento de Covid-19 foi aprovado com sucesso em ensaios de desempenho e segurança. Por serem menos complexos, os novos modelos são 90% mais baratos que os ventiladores convencionais e por isso podem ser produzidos mais rapidamente e em larga escala.
Como a cadeia de suprimentos envolvida na fabricação dos protótipos é mais acessível, os custos são reduzidos. Para se ter uma ideia, cada unidade dos novos ventiladores custará R$ 5 mil, ao passo que o modelo convencional de mercado custa cerca de R$ 50 mil. O objetivo é acelerar o atendimento às demandas hospitalares por esse equipamento, considerado vital para o tratamento de pacientes graves de Covid-19.
Viabilização do projeto
Para viabilizar o projeto, a Petrobras prestou consultoria técnica em propriedade intelectual, na elaboração de especificações de componentes, além de ter colaborado com a utilização de metodologias ágeis na gestão do projeto. O apoio prestado incluiu ainda suporte na elaboração da documentação do projeto a ser enviada à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e colaboração na busca de fornecedores de componentes para a produção dos ventilador pulmonar mecânico em larga escala.
É possível realizar doações para o Fundo COPPETEC de Apoio.
Na primeira etapa, a companhia mobilizou ainda suas impressoras 3D na fabricação de protótipos de componentes, assim como disponibilizou as dependências do seu Centro de Pesquisas (Cenpes) para fabricação de válvulas para testes.
“O custo reduzido e a possibilidade de produção em larga escala, num curto intervalo de tempo, são os grandes diferenciais dessa iniciativa. É preciso deixar claro que o projeto não possui a pretensão de alcançar o nível de sofisticação de um ventilador convencional, mas, sim, viabilizar, em caráter excepcional, o atendimento dos pacientes de Covid-19 que precisam de ventilação assistida e que, por algum motivo, não possam ser atendidos por um ventilador convencional”, disse o líder do projeto na Petrobras, Gilberto Xavier.
Próxima etapa: teste do ventilador pulmonar em pacientes
“A estimativa é que ainda nesta semana o equipamento possa ser testado em pacientes. Os ventiladores não serão comercializados, mas distribuídos para os hospitais e posteriormente doados ao Sistema Único de Saúde”, afirmou o professor da Coppe, Jurandir Nadal, coordenador do projeto.
Segundo o diretor da Coppe, Romildo Toledo, esse projeto é um grande desafio. “Há problemas de fornecimento de componentes, tendo em vista o processo de desindustrialização do país nas últimas décadas; o tempo é curto, mas estamos otimistas. Montamos uma equipe multidisciplinar de pesquisadores e técnicos de alto nível, contamos com bons parceiros, como a Petrobras, com a qual já enfrentamos outros desafios, e apostamos no sucesso da campanha que busca obter financiamento para viabilizar a produção de mil ventiladores em curto prazo. O importante é manter o empenho e chegar a tempo”, afirmou.