Ferrovia de Integração ligará as cadeias do agro e da mineração, da produção à exportação

O grupo Eurasian Resources Group (ERG) – ao qual pertence a Bamin – está construindo para o Brasil um corredor logístico de integração Oeste-Leste e de exportação. Os investimentos incluem a Mina Pedra de Ferro, em Caetité (BA) e os projetos de logística integrada: Porto Sul, em Ilhéus, e o Trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste – FIOL, que ligará Caetité a Ilhéus.

O contrato da concessão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste – FIOL Trecho 1 foi assinado em setembro do ano passado entre a Bamin e o Ministério da Infraestrutura — Minfra. Para concluir a ferrovia o investimento da Bamin será de R$ 3,3 bilhões, sendo R$ 1,6 bilhão em obras civis e R$ 1,7 bilhão em material rodante, como vagões e locomotivas. A subconcessão tem a duração de 35 anos, sendo cinco para construção e 30 anos para operação.

A FIOL terá capacidade para movimentar 60 milhões de toneladas por ano, com a Bamin utilizando apenas 40% desse potencial. Sessenta por cento da capacidade estarão disponíveis para outras mineradoras, agronegócio, e todos os demais setores que precisarem escoar seus produtos e receber insumos, máquinas e implementos agrícolas. 

Quando estiverem concluídos, em 2026, a FIOL e o Porto Sul irão viabilizar o novo corredor de integração e exportação Oeste-Leste. Um terminal de águas profundas, o Porto Sul poderá receber navios com capacidade de até 220 mil toneladas e é projetado para movimentar até 42 milhões de toneladas anuais. A Bamin utilizará 60% da capacidade operacional, disponibilizando 40% excedente para outras cargas, como do agronegócio e de outras mineradoras. 

“Tanto a FIOL quanto o Porto Sul certamente contribuirão para o crescimento e o desenvolvimento sustentável de toda a região. O estado da Bahia ocupará uma nova e importante dimensão na economia nacional, gerando riquezas, distribuição de renda e elevando a qualidade de vida de sua população”, afirma Eduardo Ledsham, CEO da Bamin.

A nova solução logística FIOL/Porto Sul vai dar ao agronegócio a competitividade necessária com economia de escala e redução de custos. “A FIOL vai aumentar a eficiência do escoamento da produção. Isso significa redução dos custos, ampliação da capacidade de carga e maior agilidade no transporte. Esses fatores beneficiam os produtores rurais e refletem, diretamente, nos investimentos que devem gerar mais emprego e renda para o Oeste da Bahia”, afirma o presidente da Aiba, Odacyl Ranzi.

Cargas regionais 

O novo corredor logístico gera expectativas de desenvolvimento, seja no âmbito federal – pelo que a FIOL representa em termos de fortalecimento do modal ferroviário e ganhos para o comércio exterior brasileiro -, seja no âmbito local, nos municípios que estão ao longo do traçado da nova ferrovia.

A FIOL ligará os municípios de Ilhéus, Uruçuca, Aiquara, Aureliano Leal, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Itagi, Jequié, Manoel Vitorino, Mirante, Tanhaçu, Contendas do Sincorá, Brumado, Livramento de Nossa Senhora, Lagoa Real, Rio do Antônio, Ibiassucê e Caetité. Ao longo da rota a via férrea cria oportunidades para os produtores regionais, potencializando as cadeias produtivas existentes. Por onde a FIOL passar, será um corredor de oportunidades para novos negócios. Segundo o Ministério da Infraestrutura a FIOL irá gerar 55 mil empregos diretos e indiretos e geração de renda.

A FIOL foi planejada em três etapas. A Bamin arrematou em leilão o Trecho 1. Os trechos 2 e 3 estão sob administração do Governo Federal. A FIOL completa terá um total de 1.527 km, chegando ao Tocantins onde poderá ser conectada à Ferrovia Norte-Sul. O projeto do Trecho 2 vai de Caetité a Barreiras e o terceiro trecho vai até o município de Figueirópolis (TO).

Expertise ERG propicia uma ferrovia de classe mundial 

Com a experiência do Grupo ERG, uma das maiores operadoras de transporte da Ásia Central, a FIOL será uma ferrovia moderna, de classe mundial. Terá velocidade máxima de 80km/h, bitola de 1,6m, carga máxima de 32,5 t/eixo, inclinação máxima de 0,6% (exportação), trens com 130 vagões, 4,7 mil metros de pontes, 1,2 mil m de viadutos e 35 pátios de cruzamento no Trecho 1. Toda a experiência do Grupo em operação ferroviária já está sendo compartilhada com o Brasil, por meio da FIOL.

No mundo, o grupo movimenta mais de 50 milhões de toneladas de cargas anualmente, utilizando 10 mil unidades próprias de transporte. O tamanho da frota exige uma capacidade de manutenção e reparo de 2.500 vagões por ano e mais de mil manutenções por ano em locomotivas. Com operações em 15 países, empregando mais de 75 mil pessoas, o Grupo ERG é uma das maiores empresas globais em mineração, metais e logística ferroviária.

Desenvolvimento com sustentabilidade

Em 2021, o Porto Sul avançou nas obras de acesso. Em setembro do ano passado, foi inaugurada a ponte sobre o Rio Almada que conecta a rodovia BA-001 à futura área industrial do porto.

A atenção com o meio ambiente e sustentabilidade são marcas de todo o projeto do Porto Sul. O PBA (Projeto Básico Ambiental), aprovado pelo IBAMA, órgão ambiental responsável, contempla 34 programas e subprogramas socioambientais.

O Porto Sul ocupa apenas 1% da APA – Área de Proteção Ambiental. O projeto de reflorestamento contempla 313 hectares de Áreas de Proteção Permanente (APP), priorizando a utilização de espécies nativas cultivadas e propagadas em viveiros próprios. Como compensação, foi criado o Parque Estadual Ponta da Tulha, com 1.703 hectares – área com representativos de todas as fitofisionomias características da Mata Atlântica local.