O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, em 19 de abril, divulgaram que o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) será o parceiro gestor do programa Floresta Viva, uma matchmaking voltado para programas de restauração ecológica dos biomas brasileiros. O gestor será responsável pela organização do processo de seleção pública dos projetos a serem apoiados, além de receber os recursos do BNDES e das demais instituições apoiadoras e repassá-los para os projetos contemplados, acompanhar sua aplicação e monitorar os resultados. A primeira chamada de projetos está prevista para o segundo semestre deste ano.
A experiência do Funbio nessas ações soma mais de 25 anos de apoio a projetos de conservação da biodiversidade no País. Desde o início de suas atividades, esse mecanismo financeiro privado, sem fins lucrativos, já administrou mais de USD 800 milhões e apoiou cerca de 366 projetos, beneficiando mais de 290 instituições e 430 áreas legalmente protegidas que, juntas, somam mais de 177 milhões de hectares.
O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, destacou a importância do engajamento da iniciativa privada para o sucesso do programa. “É este espírito que vai mudar o Brasil: o espírito de empresas focadas no impacto social e ambiental. O resultado financeiro vem como consequência disso”, declarou o executivo. “Tenho certeza de que a gente foi capaz de fazer isso por todo aprendizado que o Banco teve ao longo de 30 anos, respeitando o passado da instituição, mas com a certeza de que para caminhar para o futuro. Tem que caminhar para frente, tem que inovar”, concluiu.
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O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, também vê a iniciativa como uma oportunidade para geração de recursos para o país. “Esses recursos que serão aplicados no Floresta Viva que podem gerar crédito [de carbono] para deixar essa máquina rodando. E é importante entender como vamos criar negócios na floresta, como criar negócios reais. Esse é o desafio do início da nossa política. A política do governo federal está em empreender e inovar, em gerar emprego em economia verde e gerar negócios verdes”, afirmou o ministro.
O presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, ressaltou que a petroleira foi parceira de primeira hora do Floresta Viva e que a iniciativa está em linha com a política de responsabilidade social da empresa. “Temos uma preocupação muito grande com toda essa pauta ambiental, de sustentabilidade e social, entendendo que todas as empresas têm uma grande responsabilidade, mas a Petrobrás por ser hoje a maior companhia do Brasil, ser essa referência para o cidadão brasileiro, possui uma responsabilidade redobrada”, declarou.
Lançado em novembro de 2021, o matchfunding Floresta Viva conta com 111 parceiros e se constitui iniciativa voltada para a restauração ecológica de biomas brasileiros com foco na formação de corredores ecológicos e recuperação de bacias hidrográficas. A meta de investimento era de R$ 500 milhões ao longo de sete anos, com até 50% de recursos do Banco. O BNDES espera alcançar entre 16 mil e 33 mil hectares de área restaurada, com a remoção de aproximadamente 9 milhões de toneladas de carbono da atmosfera, considerando um ciclo de 25 anos de crescimento da floresta. Até março de 2022, os protocolos de intenção assinados pelas instituições com interesse em doar já ultrapassaram em R$ 100 milhões a meta inicial e agora já totalizam R$ 600 milhões.