Conectividade: problema solucionado?

A certeza de que a conectividade está avançando celeremente é comum aos entrevistados. Tecnologias eletrônicas embarcadas que permitem comunicação em FieldBus, IO-Link, sinais de instrumentação (0 a 10V ou 4 a 20mA) estão bem difundidas e sustentadas em plataformas de produtos confiáveis. Os dados gerados pelos componentes pneumáticos, os dados de sensoriamento e transmissão já estão bem consolidados e disponíveis praticamente em todos os produtos.

Cauduro cita como causa da disponibilidade “as ilhas de válvulas inteligentes, compatíveis com as principais redes de campo, adotadas pela área de automação. Dados coletados pelo sensoriamento geram diagnósticos, passaram a ser transmitidos a grande velocidade e compartilhados com a rede de automação nos diversos níveis funcionais, até o gerencial”, explica.

Percepção semelhante tem Karla Alo. A Norgren, além de investimentos direcionados a materiais que possibilitem melhor performance com economia de custos e durabilidade, foca no desenvolvimento de produtos “com tecnologia IO-Link que possibilita ao dispositivo, via rede IO-Link, fornecer diversas informações, relativas à produção como número de ciclos, tempo de paradas, vida útil; assim como informações que monitoram sua condição quando em operação, como pressão, temperatura etc. Com tais informações, os dispositivos de controle e monitoração podem tomar decisões importantes para a produção, manutenção preventiva e até avaliação de performance e riscos”.

Com a rede IO-Link, a Norgren minimiza a lacuna da infraestrutura brasileira de comunicação e de transmissão dos dados captados pelo sensoriamento das soluções utilizadas, além de que esse protocolo segue as diretrizes da indústria 4.0.

Por outro lado, na visão de Leonardo Brand, gerente de Vendas e Aplicações da Emerson, alguns gargalos podem surgir, relacionados a “como monitorar e utilizar esses dados quando sobem para camadas superiores da estrutura de controle. Ainda é uma novidade em muitos processos como coletar esses dados, analisá-los e transformá-los em informações úteis para o processo”.
“A conectividade e o sensoriamento estão evoluindo com a integração de equipamentos. A internet 5.0 promete um salto gigantesco na automação”, constata Marta Silva, para quem “a conectividade ainda é, sim, um gargalo, não apenas por necessitar de um investimento financeiro grande, mas também por causa das barreiras culturais, que impendem muitas empresas de investirem em melhorias tecnológicas”.