A WEG – fabricante de motores elétricos certificados e que superam a norma de eficiência energética brasileira, voltados a aplicações diversas, segundo a potência e polaridade – vem registrando resultados positivos: a receita operacional líquida da empresa a crescer, no primeiro semestre, 25,1% em comparação ao primeiro semestre de 2019.
“Apesar dos impactos negativos causados pela pandemia da Covid-19 em boa parte dos nossos negócios de ciclo curto. Além disso, no primeiro semestre, 58% da nossa receita operacional líquida foram provenientes das vendas realizadas fora do Brasil, sendo que quase metade deste valor exportado a partir do Brasil”, analisa Rodrigo Fumo, diretor de Engenharia WEG Motores Industriais & Energia, listando papel e celulose e mineração como os setores que tiveram boa demanda por produtos de ciclo longo.
“Os negócios ligados à área de geração, distribuição e transmissão de energia (GTD) também mostraram bom desempenho, em especial as soluções ligadas a transmissão e distribuição, com fornecimentos para projetos ligados aos leilões realizados nos últimos anos”, garante Fumo.
Esses resultados também são devidos à grande variedade da linha de produtos, que atende desde acionamento de motores de indução, inversor de frequência e equipamentos eletroeletrônicos, até partida direta de motores de indução, usos em áreas rurais, agroindústria e sistemas de irrigação, além de modelos para indústria, condomínios, hospitais, comércio e mineração, com utilização em bombas, ventiladores, injetoras, máquinas operatrizes, carros elétricos, segmentos da linha branca, equipamentos gastroalimentícios, máquinas de construção civil, jardinagem, compressores comerciais, entre outros. Nesse universo estão inseridos, ainda, motores industriais aplicados principalmente em bombas, ventiladores, compressores, correias transportadoras, britadores etc.
Digitalização
A pandemia, destaca Fumo, agilizou muito a digitalização, “levando a um salto tecnológico e a aumento da busca por sistema remotos”. Nesse campo, a empresa conta com solução de monitoramento de diversos equipamentos, que faz diagnóstico completo do funcionamento do motor através da medição de temperatura, análise de vibração, tempo de funcionamento, carga, velocidade, intervalo de lubrificação e pode operar com níveis de alerta para auxiliar na manutenção preditiva.
Eficiência
A empresa de Jaraguá do Sul (SC) que mantém plantas produtivas em 12 países, está presente em mais de 135 países e tem filiais comerciais em 25, anualmente injeta na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação cerca de 2,6% da sua receita líquida, valor que em 2019 representou R$ 339 milhões. A meta da WEG, com esses valores, é obter motores e geradores elétricos cada vez mais eficientes (que reduzem o desperdício de energia), fazer o monitoramento on-line de seus parâmetros com possibilidade de diagnóstico do comportamento e o desenvolvimento de produtos cada vez mais confiáveis e competitivos.
Como relata Rodrigo Fumo, a tendência, hoje, em PD&I é a redução de desperdício em materiais e eficiência energética, uma vez que o Brasil em agosto de 2019 determinou novo range de consumo mínimo de energia elétrica por motores, situando o nível mínimo de rendimento em IR3.
Futuro
Ao alinhar tendências, Fumo cita a existência de 108 laboratórios da empresa em todo o mundo, alguns apenas de validação de matérias, com a intenção de ter “sempre uma segunda opção”.
Entre os estudos em andamento há alguns de vanguarda, como o desenvolvimento de motores híbridos que combinam as características dos motores de relutância e de ímãs permanentes. “A combinação das duas tecnologias em soluções para indústria e em motores automotivos ainda é onerosa, mas como torna o equipamento mais compacto e mais leve é a solução ideal para quando há limitação de espaço e necessidade de alta performance. O importante é entender a necessidade do todo e a tecnologia mais indicada”, esclarece, citando, também, o motor industrial de ímãs permanentes de fluxo axial que, “quando disponível, permitirá elevado grau de compactação do tamanho e eficiência bastante alta, mas para operar precisa de eletrônica integrada”.
Nesse universo, as pesquisas também envolvem melhoramentos em produtos já existentes, como a busca permanente de maior eficiência do motor elétrico. O ideal, avalia Fumo, seria levar a eficiência ao valor mais próximo possível de 100%. Essa é a meta. Na década de 1960, a eficiência era de 88%: em 2000 era 93%, e hoje está em 97% e até 98%. De acordo com o diretor de Engenharia WEG esse nível de eficiência é real, “é a do produto que é entregue ao cliente”. Há, ainda, motor para tração elétrica, que é acionado por um inversor veicular e hoje pode ser aplicado em veículos utilitários e pesados.