No ano em que comemora 185 anos de Brasil, meta da AngloGold Ashanti é injetar US$ 120 milhões na operação

Parte de um grupo sediado em Johannesburgo, na África do Sul, com produção anual de 3,4 milhões de onças de ouro ou 105,8 toneladas, o que a torna o terceiro maior produtor de ouro no mundo, a AngloGold Ashanti comemora os 185 anos de presença no Brasil e a condição de indústria mais longeva do País.
Mundialmente, o grupo tem as ações negociadas nas bolsas de Johannesburgo, Nova York, Austrália e Gana, mantém 13 operações em nove países e gera mais de 60 mil empregos. Especificamente no Brasil, são três operações, entre minas e plantas metalúrgicas e de beneficiamento de ouro: uma em Serra Grande, em Crixás (GO), e as demais, em Minas Gerais, na região do Quadrilátero Ferrífero: Operações Córrego do Sítio, na cidade de Santa Bárbara, e da Operação Cuiabá, composta pelas minas Cuiabá, em Sabará, e Lamego, na divisa entre Sabará e Caeté, e pela planta do Queiroz, em Nova Lima.

Juntas, as unidades brasileiras geram 7 mil empregos e respondem por 15% da produção global do grupo – cerca de 493 onças, ou o correspondente a 16 toneladas – o que proporcionou, em 2018, faturamento ao redor de R$ 2,4 bilhões. Toda a produção em território nacional é destinada à exportação para Inglaterra, Estados Unidos e Canadá, informa Ewerton Trindade, diretor de Serviços de Suporte da AngloGold Ashanti no Brasil.

A operação brasileira também se destaca no cenário internacional quando o assunto é tecnologia de mineração, pois está entre as mais avançadas do mundo, tanto pela excelência dos equipamentos e processos utilizados, quanto pelo desenvolvimento de soluções de engenharia para a mineração em subsolo, presente em grande parte das minas da empresa. Exemplo, de acordo com Trindade, é a AngloGold Ashanti ter sido a primeira mineradora do País a adotar, no subsolo, a operação de carregadeira com controle remoto.

Investimentos

Manter a operação no patamar em que se situa, exige investimentos permanentes. Prova é que apenas para a operação brasileira, em 2019, está prevista a injeção de US$ 120 milhões em exploração, desenvolvimento de mina, equipamentos, inovação e desenvolvimento do processo de disposição de rejeitos a seco.
A frota também receberá parte dos investimentos, principalmente com vistas à implantação e à consolidação de tecnologias para telemetria, monitoramento e intensificação do sistema de controle dos maiores riscos nas operações, uma vez que a frota de transporte soma aproximadamente 20 mil horas de atividade e a de perfuração, 6 mil horas.

Como destaca o diretor de Serviços de Suporte da AngloGold Ashanti no Brasil, o plano de investimentos por unidade é proporcional aos programas de exploração, de desenvolvimento e de produção. Por isso, a Unidade Cuiabá, que hoje é a de maior produção, é também a que demanda a maior quantidade de investimentos.

Atividades

A produção de ouro é o principal negócio da AngloGold Ashanti, mas não o único. À essa atividade somam-se outros setores que contribuem para a sustentabilidade de seu negócio, como geração de energia, ácido sulfúrico e gestão imobiliária.

No campo da energia, a empresa gera 35% de sua necessidade. Destaque é o Sistema Hidrelétrico de Rio de Peixe (MG), construído em 1904 e composto pelas lagoas Grande (dos Ingleses), Miguelão e Codornas, além de sete pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Outra fonte de energia é a Usina Hidrelétrica de Igarapava (MG), consórcio que conta com a participação da AngloGold Ashanti.

A planta de ácido sulfúrico está localizada dentro da planta metalúrgica de Queiroz, em Nova Lima (MG), e tem capacidade para produzir 240 mil toneladas de ácido por ano. Esse é um subproduto do processo da mineradora, pois o beneficiamento do minério gera o gás SO2 (dióxido de enxofre), que, em um processo sustentável, é transformado em ácido sulfúrico, um dos produtos químicos mais usados pela indústria, sendo matéria-prima para a produção de fertilizantes, na indústria de celulose, no acabamento superficial das chapas de aço, também nas indústrias química, alimentícia, de mineração, no tratamento de água, e, até mesmo, para o refino de petróleo.

Além disso, a AngloGold Ashanti atua no negócio imobiliário, sendo proprietária de 21,6 mil hectares de terra. Desse total, 50% é destinado à preservação ambiental, 35% a atividades operacionais e os 15% restantes ao desenvolvimento imobiliário.