Pinceladas sobre a história

Foto: Arquivo/Vale

Criada em 1º de junho de 1942 pelo Decreto-Lei n.º 4.352, tendo como acionista principal o governo federal, a Vale (então Companhia Vale do Rio Doce) foi constituída em 11 de janeiro de 1943 no Rio de Janeiro, à época Distrito Federal. Sua vida como empresa estatal durou até 6 de maio de 1997, quando, listada como a segunda maior companhia mineradora do mundo, foi privatizada. Em 2007, deixou de utilizar a sigla CVRD e adotou a marca Vale e deixou de utilizar a sigla CVRD, sem contudo alterar a razão social.

O registro na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro foi realizado em outubro de 1943 e, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), em abril de 1968. Em fevereiro de 2000, integrou a Latibex, bolsa destinada a negociação de valores latino-americanos, radicada em Madrid, Espanha, e em junho do mesmo ano na New York Stock Exchange (NYSE).

Em dezembro de 2017, a Vale anunciou a sua migração para o Novo Mercado, segmento especial de listagem da B3 S.A. que possui um padrão de governança corporativa diferenciado. A listagem nesse segmento especial implica a adoção de regras societárias e de governança, além da divulgação de políticas e existência de mecanismos de transparência, fiscalização e controle.

Privatização

Nesse meio tempo, mais especificamente em 6 de maio de 1997, teve início o processo de privatização, realizado em fases. Nessa data, a mineradora passou a ser administrada por um consórcio formado por empresas privadas e públicas. O vencedor foi o Consórcio Brasil, que, reunindo investidores nacionais e estrangeiros, arrematou 41,73% das ações pertencentes ao governo brasileiro. Posteriormente ao leilão, esse Consórcio veio a se transformar na empresa Valepar, que exerce o controle acionário da Companhia.

No mesmo ano, a Companhia vendeu parte do capital aos empregados. A terceira etapa, já no início dos anos 2000, completou o procedimento de alienação das ações que eram detidas pela União, via comercialização pública dessa ativo a milhares de pessoas no País inteiro, que puderam, inclusive, utilizar parte dos recursos do FGTS para passar a integrar o quadro societário.

No decorrer dos dois primeiros anos, as vendas de ações da CVRD detidas pela Valepar seriam permitidas somente para o grupo controlador. O Governo Federal manteria, ao mesmo tempo e por prazo indeterminado, uma classe especial de ação preferencial (golden share) na Vale. Com isso, estaria garantido ao presidente da República o poder de veto sobre questões específicas relacionadas aos objetivos da Companhia, tais como a alteração da denominação social, a mudança do objeto social no que se refere à exploração mineral, quaisquer modificações nos direitos atribuídos às ações que compõem o capital social da CVRD ou sua própria liquidação.

O controle acionário da mineradora, em 31 de julho de 2022, está dividido entre Previ (8,61%), Blackrock (6,33%, em 31 de dezembro de 2021), Capital World Investors (6,69%, em 24 de maio de 2022) e Mitsui (5,99%); ficando 67,54% das ações pulverizadas entre pequenos acionistas e 4,85% em tesouraria.