Seguindo o caminho dos robôs e suas infinidades de séries e modelos, duas grandes categorias atualmente são aplicadas em larga escala: braços articulados e sistemas cartesianos. A grande utilização dessas categorias se deve principalmente à ótima relação de suas dinâmicas frente à flexibilidade, explica José Folha – gerente de desenvolvimento de produtos da Festo – multinacional alemã do ramo de automação industrial e de educação tecnológica, fabricante de sistemas de manipulação mecânicos.
“Esses sistemas são baseados em movimentos humanos, como a relação entre mão, braço e antebraço, e moldados em uma cinemática serial”, resume Folha, frisando que, por suas características, “no mundo industrial, os equipamentos de cinemática serial destacam-se como os mais adotados nas empresas devido à relação dinâmica versus flexibilidade, entre outros motivos. Os braços robóticos e os manipuladores cartesianos estão entre os robôs de cinemática serial e cada um tem os seus benefícios que dependerão exclusivamente da necessidade a qual se destinarão”.
Além da flexibilidade e da resposta dinâmica, fatores como volume de trabalho, muitas são as possibilidades de comparação entre braços articulados com sistemas de manipulação. Apesar disso, a melhor forma é avaliar a necessidade que se apresenta e utilizar critérios objetivos para sua decisão. “Dessa forma, com certeza a melhor manipulação será a dos processos que necessitam de melhorias e não de modismos, desejos ou status, uma vez que o melhor status para uma empresa é ser eficiente”, afirma.
Como exemplo de aplicação, Folha cita a indústria de alimentos, onde, em que pese a grande quantidade de robôs convencionais, o manipulador é muito usado na movimentação simples de unidades. “O robô é para manipulação complexa, enquanto que os manipuladores permitem diversas configurações e suas variações exigem muito menos energia dos motores para a realização do mesmo trabalho. Isso se traduz em redução de gastos com energia elétrica e ocasiona uma série de outras reduções que às vezes passam despercebidas, tais como: redução de cabeamento elétrico, diminuição de custo com estruturas mecânicas e diminuição com custos de treinamentos em tecnologias”, destaca o gerente de desenvolvimento de produtos da Festo.